20.3.05

Estado paga 57,6 milhões à Fertagus até 2010

... Então porque é que os bilhetes são tão caros?
... Assim, tambem eu faria "serviço público"... com os milhões de subsídio do Estado...
»»Notícia do DN de 7/3/5005

A Fertagus vai receber 57,6 milhões de euros em compensações financeiras até 2010 pelo serviço público entre as estações de Roma/Areeiro e Setúbal. A partir daí, a operadora ferroviária vai ter de "sobreviver por si até 2019, ano em que terá de renegociar a concessão da travessia do rio Tejo", disse ao DN fonte da empresa do universo da Barraqueiro, o maior grupo do sector dos transportes de passageiros da Península Ibérica. Para atingir o equilíbrio da concessão, a Fertagus conta com a entrada em serviço do metro da Margem Sul do Tejo, "que será um importante indutor de tráfego para o comboio".O contrato, cuja renegociação demorou dois anos, é considerado "um desafio" no seio da ferroviária. O esquema financeiro, adiantou a mesma fonte, "está montado de forma a atingir o equilíbrio financeiro e, a partir de 2011, deixar de ser subsidiada pelo Estado". Um ponto importante para se atingir este objectivo é a passagem do encargo com o leasing do material circulante para o Estado, ficando a Fertagus com os custos referente à manutenção dos comboios.Nos termos das bases de concessão foi acordado um mecanismo de partilha de receitas adicionais do serviço ferroviário. Assim, se as receitas registarem um aumento até 5% do valor estimado, o acréscimo é partilhado do seguinte modo 75% para a Fertagus e os restantes 25% para o Estado. Se o acréscimo de receitas for superior a 5%, o diferencial superior é partilhado em 25% para a Fertagus e 75% para o Estado. Deste modo, explica fonte ligada ao processo negocial, "o valor das compensações financeiras do Estado à Fertagus, entre 2004 e 2010, será reduzido pelos montantes que resultam do mecanismo de partilha dos eventuais acréscimos de receitas do serviço ferroviário".As receitas previstas para este ano, ascendem a cerca de "14 milhões de euros", enquanto as perspectivas para 2010 , apontam para "34 milhões de euros".Compensações. A redução do prazo da concessão da travessia sobre o Tejo de 30 anos, prorrogáveis por um período não superior a 15 anos, para apenas sete anos (2004/2010) com compensações financeiras, mais nove anos sem apoios dos Estado, alivia a empresa de um contrato considerado "pesado e desadequado" para o serviço ferroviário. A partir de 2019, a Fertagus terá de renegociar a concessão e, na altura, as condições serão diferentes das actuais, se o projecto da terceira ponte sobre o Tejo, entre Chelas e o Barreiro, avançar. A futura ponte, vocacionada para o modo ferroviário, é considerada uma peça importante para o projecto de alta velocidade na ligação a Madrid. Mas para a sua viabilidade obrigará à criação de um novo serviço de suburbanos. A Fertagus será uma candidata natural.